27 dezembro 2011

Alma crua num corpo pseudo nu.

Para sair na rua
Cubro-me com qualquer pano.
Que engano!
Ainda mostro-me nua.
Uma nudez foragida
Que faz de mim constrangida.
Para olhar nos olhos de outro
Cubro-me com qualquer pudor.
Que rubor!
Ainda mostro-me nua
Uma nudez crua
Que faz de mim pedaço de carne aos olhos de animais ferozes.
Muda quase nua
Nua quase crua
Crua quase nula
Nula totalmente nula.

11 dezembro 2011

Frenesi

Fala deformada.
Mente perturbada!
Droga-te audaciosa senhorita?

Caráter impetuoso
Drama intrépido!
Droga-te insolente senhorita?

Espelha-se no que te atrai e droga-te pelo o que o espelho lhe desenha?
Cobiça pela imagem de outrem e droga-te pelo o que o espelho tenta sem êxito plagiar?

Cala-te insofrido ser. Cala-te até tua alma criminosa.
Torna-te ávido, mas sem delito algum!
Cala-te e torna-te o que nunca se tornou:
Sua própria sombra, seu próprio reflexo e seu próprio eu.

03 dezembro 2011

Acorda tua corda?

Acorda!
Jogue a corda.
Não se enforque!

Acorda!
Não abra seus olhos apenas, Acorda!
O despertar é mais que isso.

Jogue fora essa corda.
Acorda!
Não se enforque!

02 dezembro 2011

O que há no teu deserto?

Habita-se em um deserto.

Teu nome é deserto assim como o meu.

Meu deserto não vem da alma o seu sim.
Deserto-me do teu deserto.

Deserto feito de veneno eu morro
Deserto feito de medo eu morro também.

O que há de tão mal nesses desertos?

Meu deserto é cinematográfico
O seu é lendário.