27 novembro 2011

Frio ou quente?

Sangra
Como não bastasse todo o corpo em chamas.

Queima
Como não bastasse todo o corpo com sangue.

Sangue em chamas?
Chamas com sangue?

O sangue esfria a queimadura.
Alivia?
A Chama estanca o sangue.
Alivia?

11 novembro 2011

Espasmos.

Foi pedido tamanho acelerar no peito?
Não, não foi pedido.
O músculo que carregas no peito é de quem?
É meu.
E quem decide seu pulsar?
Alguém irresponsável que precisa ser repreendido.
O que sente?
Sinto uma dor dilacerada.
Acabar com essa dor é o único jeito.
Só se levar meu peito embora, arranque-o daqui.
Mas assim morrerás!
Já me sinto morto.
Morto com tanto pulsar?
Esse pulsar não faz parte de mim mais.
Como sabe?
Já disse. Eu estou morto.
E como ainda pulsa?
Deve ser espasmos. Porque me sinto morto mesmo com tanto pulsar.
Não seria amor?
Nem morto!

09 novembro 2011

Coraticum

Use armas carregadas contra dores e fragilidades
Use bombas explosivas contra medos e ansiedades
Use guilhotinas programadas contra incertezas e intimidações
Use pena de morte contra derrotas e limitações

Tenha coragem!

07 novembro 2011

O norte da alma.

Um pé maior que o outro
As pernas enfraquecidas
E a alma?
Qual alma?

Um caminho mal desenhado
Um mapa rasgado
E a direção?
Qual direção?

O norte te orienta
A alma te orienta também.

Se perder o norte use a intuição
Se perder a alma use o que?

Sem um norte na alma
Sem uma alma no norte.

Isso é vida?

05 novembro 2011

Enganaste

Febril
Na encolha.
Sutil
Na escolha.

Ágil
Quando quase cega.
Fácil
Quando quase dela.
Frágil
Quando quase nega...

... Tamanha dor.

Entregaste?
Não, não.
Enganaste!

04 novembro 2011

Essenza

É um aviso
Mas não é um aviso aos navegantes.
É um aviso de perigo!
Em Roma existe um amor diferenciado.
Ah! O amor de Roma.

Desatentos ao vento
A pronúncia de cada jura de amor
Em Roma
Tem mais encanto
O amor deixa de ser sentimento
Em Roma
Vira sintoma.

Ah Roma!
Falece de amor os namorados
Impregna na roupa
O aroma de Roma
Ah! O amor de Roma

01 novembro 2011

O locutor e a mulher

Vá-te mulher
E não pergunte para onde. Vá-te!


De vez!
Não olhe para trás. Vá-te!


Carregue suas malas ou as deixe aí. Não olhe pare esses ponteiros nunca mais. Vá-te!

Não chore se for para esconder o sofrer dos olhos com uma das mãos.  Assuma teu choro com tua ida. Vá-te!
Já foste avisada para não olhar para trás, portanto imagine que tens uma arma apontada nas costas e que se olhar talvez morra. Vá-te.
Ela não foi. E se tivesse ido?
Quem era a tal mulher?
Quem a aconselhou para ir?
Ela não foi e nem olhou para trás. E as malas? Carregou sua culpa de volta para casa. Uma casa que não era dela. Uma casa que a fazia nula.
E se fosse você a tal mulher, iria?