01 novembro 2011

O locutor e a mulher

Vá-te mulher
E não pergunte para onde. Vá-te!


De vez!
Não olhe para trás. Vá-te!


Carregue suas malas ou as deixe aí. Não olhe pare esses ponteiros nunca mais. Vá-te!

Não chore se for para esconder o sofrer dos olhos com uma das mãos.  Assuma teu choro com tua ida. Vá-te!
Já foste avisada para não olhar para trás, portanto imagine que tens uma arma apontada nas costas e que se olhar talvez morra. Vá-te.
Ela não foi. E se tivesse ido?
Quem era a tal mulher?
Quem a aconselhou para ir?
Ela não foi e nem olhou para trás. E as malas? Carregou sua culpa de volta para casa. Uma casa que não era dela. Uma casa que a fazia nula.
E se fosse você a tal mulher, iria?

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